Grupo Área-Escola) Antes de mais acredita na Astrologia e nas previsões do futuro? Dra. Guadalupe) Relativamente a este assunto tenho algumas reservas, digamos, uma posição agnóstica. Tenho a convicção que nós, com a nossa personalidade, com os nossos genes, a educação que tivemos, as influencias dos meio que recebemos e as opções que tomamos ao longo da vida, que nos levam a escrever a nossa história pessoal de uma determinada forma. No futuro, estará pois aquilo que fazemos no presente. A própria palavra �futuro� tem a ver com �feituro�, ou seja, algo que se fez como pura antecipação. Por outro lado, dá-me que pensar a influência dos astros no equilíbrio do universo, como por exemplo a influência da lua nas marés, nos nascimentos das crianças... etc. Não é verdade que somos feitos com os mesmos átomos de que são constituídos os astros. Que dizer de Fernando Pessoa, personalidade ímpar da nossa literatura, e do seu interesse por esse domínio, levando-o ao estudo aturado de certas cartas astrológicas?Em resumo: creio que deverá haver uma interligação entre tudo - com a força do signo astrológico aqui, influência externa aqui, livre arbítrio acolá - vamos construindo o nosso destino, num percurso cujo o maior objectivo é a felicidade! G. AE.) Pensa assim como nós que a Internet vai influenciar muito o futuro? D. G.) Seguramente que sim. Nada será como antes! Terá a força que teve e ainda tem a televisão nas nossa vidas. Poderá alterar, talvez definitivamente, - se não nos acautelarmos - o escasso espaço que ainda nos resta para a relação interpessoal, isto é, para o diálogo de olhos nos olhos, embora proporcional a outro tipo de diálogo e dê imensas possibilidades de convívio universal.Mas a realidade aí está, a Internet, a imparável com inúmeras ofertas sedutoras irrecusáveis, levando os seres humanos sabe-se lá por que caminhos. O problema fundamental será o uso que se irá dar a este mero �poder�. O saber encontrar o equilíbrio no sentido de ajudar ao aperfeiçoamento do homem, proporcionando-lhe espaço para viver, e procurar eliminar o perigo dos excessos, conseguindo dosear a utilização das tecnologias sem perder a humanidade, eis a questão! G. AE.) O C.D. tenciona equipar a E.S.P. com acesso à Internet e quais as vantagens que vê nessa ligação? D. G.) Sim, já está em curso o processo que levará a equipar a E.S.P. com Internet. As vantagens desta ligação são variadas. Por um lado, porque pensamos que a escola deve acompanhar a evolução tecnológica, transmitindo simultaneamente a carga pedagógica na sua utilização sensata.Por outro lado, é ir de encontro das expectativas dos jovens, em especial dos mais desfavorecidos socialmente (que não têm acesso nas suas casas), facilitando-lhes um instrumento de trabalho e de pesquisa. G. AE.) O que pensa da criação de uma página da E.S.P. na Internet ? D. G.) Relativamente a esse aspecto creio que será muitíssimo interessante constituir um desafio para aqueles que intervierem nele. Apesar das minhas reservas em relação à Internet, ficaria muito orgulhosa se visse a nossa escola a ser mostrada a pessoas de diversos locais, acima de tudo, ficaria muito feliz com o vosso trabalho e todo o vosso empenhamento na realização e concretização deste vosso propósito. G. AE.) Acha importante que o nosso trabalho possa das a conhecer ao Portugal Cibernauta a nossa Escola? D. G.) Em parte já respondi a essa questão anteriormente. No entanto, quero ainda acrescentar que essa será uma forma excelente de divulgar não só a escola, cursos ministrados, etc., mas também despertar a curiosidade para a terra em que a Escola está inserida. G. AE.) Para finalizar, que projectos tencionam a Escola levar a cabo num futuro próximo? D.G.) Creio que o futuro da Escola se liga irremediavelmente ao futuro deste País. A Escola será pois, o reflexo de tudo aquilo que irá acontecer em Portugal. A minha perspectiva, e porque sou optimista, é que terá que haver um grande investimento, muito sério, por parte do governo, relativamente à Educação. A Escola Secundária de Pombal será mais um polo a receber as influências quer positivas, quer negativas de uma qualquer acção governamental. No entanto, há coisas que se podem e devem fazer independentemente das atitudes ou directivas superiores. Tudo se prende com a criatividade e poder de iniciativa que houver na Escola, não só por parte do orgão de Gestão, dos professores e funcionários, mas fundamentalmente pela intervenção activa dos alunos. Julgo que está nos jovens a mola que poderá dar o grande impulso e suscitar a mudança qualitativa que tanto se aspira. Sabemos que a Escola, devido à estrutura social em que vivemos, vai substituindo cada vez mais o papel da casa e da família. Por isso, a necessidade de criação de espaços agradáveis, humanizados, onde o convívio e as relações humanas sejam privilegiadas. A nossa Escola tem essa filosofia: vai apostar no apetrechamento de salas que proporcionem aos jovens espaço de concentração, estudo e pesquisa, e outros, onde o lazer, o divertimento saudável e ainda o desporto, tenham lugar. Mas, para isso, é necessário o contributo de todos os alunos, dos professores, funcionários e pais, em suma, de toda a comunidade, pois a Escola não pode funcionar isoladamente, como um gueto, antes tem que estabelecer relações de diálogo e intercâmbio com o meio em que está sediado. E já agora, porque não, também através da Internet? |
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